26 de maio de 2010

O acordo com o Irã e o desafio à tutela de Washington

GRAHAM E. FULLER, GLOBAL VIEWPOINT - O Estado de S.Paulo

Se Washington acredita que agora enfrenta complicações para obter a aprovação de sanções contra o Irã no Conselho de Segurança das ONU, essa não é nem a metade do problema. Muito mais importante do que isso é a sutil mudança nas relações internacionais introduzida pelos gestos de Brasil e Turquia.

Essas duas potências de médias proporções acabam de desafiar a tutela de Washington na definição da estratégia nuclear em relação ao Irã e seguiram uma iniciativa própria para persuadir o país a aceitar um acordo. Além de inteiramente independente, a iniciativa avançou mesmo diante dos alertas consideravelmente grosseiros feitos pelos americanos, que pediam aos países o abandono das tentativas de negociação - apesar de seus termos serem muito semelhantes aos da proposta feita ao Irã pelos EUA no ano passado. Para piorar, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e o premiê turco, Recep Tayyip Erdogan, ousaram obter sucesso em suas negociações com o Irã, enquanto Washington previa publicamente seu fracasso certo (e tão esperado).

Será que os iranianos estão simplesmente envolvendo-se em outra trapaça, com o objetivo de ganhar tempo (manobra na qual são especialistas)? Ou será que ocorreu algo mais profundo? Em primeiro lugar, são importantes não apenas os termos do acordo, mas também seus mensageiros e o clima político no qual ele é celebrado.

Durante décadas, Washington relacionou-se com o Irã - quase sempre de maneira indireta - com truculência e beligerância consideráveis como trilha sonora das "negociações". Isso era considerado normal - nada mais do que a única superpotência mundial exigindo dos demais países que atendam aos seus interesses estratégicos.

Quando Lula e Erdogan foram a Teerã, o jogo foi completamente diferente. A mudança não estava no conteúdo, mas principalmente nos negociadores, no local da reunião e no clima. Desta vez, Teerã não sentiu como se estivesse fazendo concessões à pressão exercida por uma superpotência, e sim aceitando um pedido razoável feito por dois Estados considerados seus pares sem nenhum histórico de imperialismo no Irã.

Num certo sentido, o acordo estava quase destinado a dar certo. O que o Irã mais deseja é frustrar o domínio americano sobre a ordem internacional, e principalmente sua capacidade de ditar seus termos ao Oriente Médio. Se o Irã aceitasse fazer alguma concessão nas questões nucleares, não haveria melhor forma de fazê-lo do que aceitar a proposta de dois Estados bem sucedidos e respeitados. Caso Teerã recusasse a oferta, poderia devastar o próprio conceito de iniciativas independentes, alternativas e desvinculadas dos EUA na estratégia internacional. Para o Irã, uma resposta positiva a esta abordagem conjunta fazia todo o sentido.

O mesmo vale para China e Rússia. Após o sucesso obtido por Lula e Erdogan, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, proclamou imediatamente seu sucesso na consolidação do apoio de Pequim e Moscou a sanções mais rigorosas contra o Irã - uma resposta surpreendentemente insultante aos notáveis resultados das negociações promovidas por brasileiros e turcos. Afinal, estes países são extremamente importantes para os interesses regionais e globais dos EUA. Esnobá-los desta forma foi um imenso erro.

Mas será que realmente acreditamos que Hillary tenha conquistado o apoio de Rússia e China? Assim como a Teerã não faltaram incentivos para aceitar uma proposta feita por "iguais", Rússia e China também encontram motivos de sobra para aprovar esta iniciativa de Brasil e Turquia. É verdade que os termos do acordo não são sem importância, mas, para esses países, é muito mais relevante a lenta e inexorável decadência da capacidade americana de ditar os termos da política internacional e de satisfazer seus próprios objetivos. É exatamente essa a meta principal da estratégia russa e chinesa na política externa. No fim, esses países não permitirão que a abordagem de linha dura dos EUA prevaleça sobre a iniciativa brasileira e turca no Conselho de Segurança da ONU, mesmo que sejam necessários alguns ajustes do acordo obtido por Brasil e Turquia.

Polaridade. É claro que China e Rússia representam a polaridade alternativa na luta emergente para pôr fim à hegemonia americana. Mas é mais importante o fato de agora esses países testemunharem o afastamento do centro da política internacional em relação aos EUA.

Os dois países que desafiaram os desejos americanos não são meros agitadores do terceiro mundo tentando ganhar fama à custa dos EUA. Trata-se de dois grandes países considerados amigos próximos dos EUA. Isso torna sua afronta ainda mais cruel. Esses acontecimentos são profundos sinais dos tempos. O problema do poder unilateral está no fato de ele se tornar invariavelmente sujeito a tolices ocasionais na ausência de freios e contrapesos.

Os americanos acreditam em freios e contrapesos quando se trata de sua Constituição. Quando Washington entrou em sua quarta década de paralisia e incompetência no relacionamento com o Irã, ainda incapaz de nem sequer conversar com o país, essa abordagem exacerbou o problema, fortaleceu o Irã e as forças do radicalismo no Oriente Médio, polarizou as emoções e, pior, fracassou em todos os sentidos. Será que o mundo não deveria dar as boas-vindas aos gestos de dois países importantes, responsáveis, democráticos e racionais que decidiram intervir e estabelecer um contrapeso para décadas de tolice na política externa americana? É por isso que freios e contrapesos são importantes, e é por isso que o centro está se deslocando.

Talvez os "Estados renegados" - termo na moda em Washington para designar países recalcitrantes que não se submetem à linha ditada pelos EUA - possam responder melhor a novas abordagens livres das antigas técnicas imperialistas do intervencionismo e dos ultimatos. Enquanto isso, os EUA correm o risco de tornar-se seu próprio "Estado fracassado" em termos de ser capazes de exercer uma liderança internacional competente e eficaz após a queda da União Soviética. / TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL

É EX-VICE-PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE INTELIGÊNCIA DA CIA

22 de maio de 2010

20 de maio de 2010

O gol da fumaça !

Quando a gente acha que já viu de tudo no futebol...

Giuliano, no meio da fumaça, faz o gol do Inter, aos 43min do segundo tempo.

Como dizem os gaúchos, não está morto quem peleia



ps. esses caras do Sportv são muito ruins, melhor ouvir na Rádio Gaúcha

16 de maio de 2010

Eu avisei

14 de maio de 2010

Programa do PT

10 de maio de 2010

XVZÃO !!!

http://eptv.globo.com/emc/VID,0,1,16334;1,acesso+xv.aspx


o presidente do XV honra o verdadeiro sotaque piracicabano

7 de maio de 2010

Cores....

6 de maio de 2010

Despues de estudiar Geografía, no hay como ser sólo um turista

Los primeros cientistas nos enseñaron que los paisajes pueden nos decir mucho. En sus textos clásicos, describian aquello que veian en los viajes.


Una de las obras más conocidas es el diario de viaje de Chales Darwin, donde narra sus aventuras por el mundo. Con sus anotaciones, Darwin creó la teoria del origen de las especies.


Despues de la cresciente especializacion de las ciencias, la Geografia se quedó como una de las pocas que mantiene la tradicion de una vision total, o sea, con la intencion de explicar las cosas segun muchos factores condicionales.


En una obra de la década de 1940, por exemplo, un geógrafo frances describió el paisaje de la ciudad de São Paulo. Su texto habla de las grandes montañas que estan alrededor de la ciudad, y de los principales ríos y valles que marcan la vida de los paulistanos. La obra decia que la localizacion de la ciudad fue muy importante para los primeros moradores, pero las características del relieve serían perjudiciales en el futuro, como en los casos de las inundaciones, en los transportes y en la expansión urbana.


Hoy, si algun geógrafo o otro cientista describir el paisaje de la misma ciudad, seguro que hablará de las cuestiones sociales, económicas o urbanas, pues la natulareza no está tan presente en la vida del paulistano (con exepcion a las inundaciones, que son como habia dicho el geógrafo desde hace mucho tiempo).


El paisaje de otros lugares tambien dicen mucho. En Piracicaba, por ejemplo, cuando llegamos a la ciudad por el Norte o el Leste, encontramos muchas fábricas y carreteras modernas. Esto ocurre porque las regiones más desarrolladas del Estado están en estas direcciones, como Campinas y São Paulo (Leste) y Limeira, São Carlos y Ribeirão Preto (Norte). No obstante, cuando se viene a la ciudad por el Sur o por Oeste, el paisaje no es tan moderno y no se ve muchas fábricas. Estas regiones son más pobres y historicamente tienen más pequeñas haciendas y barrios rurales.


Tambien hay el caso del paisaje alrededor del “Salto”, donde están las más antiguas casas y fábricas de la ciudad. Las casas son la prueba de la importancia del río para la fundacion de la ciudad, y de las fábricas, el Engenho Central e Boyes, usaban la fuerza de las aguas para mover sus máquinas.


De esta forma, segun la tradicion de la Ciéncia y de la Geografia, cuando viajamos y encontramos nuevos paisajes, hechos por la sociedad o por la naturaleza, no debemos sólo aprovechar la belleza de las formas o de los atractivos naturales, sino tambien intentar comprender las cosas que vemos segun nuestros conocimientos.


Así, para el verdadero cientista de la Geografia, no basta ser um turista, hay que mantener la curiosidad e el deseo por el conocimiento, tal cual los grandes viajante naturalistas.

Só Love, só love...






Ver o Corinthians na Libertadores é igual ver Chaves,
todo mundo sabe como termina, mas a gente sempre ri no final.






Enquanto isso, no Morumbi:



Para os Corinthianos só resta cantar....



Presidente do flamengo pergunta a Deus. Deus vamos ser campeão da libertadores, Deus pega o livro e passa as paginas, flap, flap. Será, mais não na sua gestão.
Ai o presidente do São Paulo faz a pergunta, e novamente Deus passa as páginas, flap, flap, flap e responde: vai, mais na sua gestão não.
Ai chega o presidenti do curintiá, e nóis majestade. Novamente Deus pega o livro e flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, um minutinho só, flap, flap, flap, flap, flap, tá dificil, mais aguenta, flap, flap, flap, flap, flap. Ochente bichinho, vai ser campeão, só que na minha (Deus) gestão não. hahahahah!!!!!!!!!!!

Ano do 100ternada
100 copinha
100 carnaval
100 paulista
100 libertadores

4 de maio de 2010

Entrevista Hugo Cháves

Parte 1


Parte 2


Parte 3

A (des) construção dos candidatos

Do Jornal Hoje, de Belo Horizonte

Carlos Lindenberg


Tem algo estranho nesta campanha

Há alguma coisa estranha nesta fase da pré-campanha eleitoral. A candidata do PT, Dilma Rousseff, fala uma coisa, e o que vai ao ar é outra. E o que ela não falou vira verdade. Já com o candidato José Serra, do PSDB, acontece o contrário. Ele comete uma gafe, e o que prevalece é a versão maquiada dessa gafe, quando todos correm a acudi-lo. Faz algum tempo, Dilma veio a Belo Horizonte e disse aqui que não via nada de estranho se alguém votasse nela e no governador Antonio Anastasia, até porque ninguém tem o controle do voto do eleitor. Ficou a versão de que Dilma defendeu, em Belo Horizonte, o voto ‘Dilmasia’, uma heresia para os seus críticos. Mas Dilma não defendeu o voto ‘Dilmasia’, brincou com ele e até disse que, talvez, ficasse melhor o ‘Anastadilma’. Uma brincadeira que foi transformada em verdade – e olha que, ao lado dela, estavam dois pretendentes do PT ao Palácio da Liberdade, que, se fosse verdade, seriam os primeiros a reagir.
Pois bem. Neste final de semana passado, o ex-governador José Serra estava em Santa Catarina, numa festa religiosa, e, ao falar sobre o tabagismo, talvez estimulado pelo ambiente, disse que o “fumante é um homem sem Deus”. Ah, pra quê! Antes mesmo que a bobagem dita pelo presidenciável caísse no conhecimento geral, correram todos – os mesmos que crucificaram Dilma – a explicar que não foi bem assim, que o ex-governador foi mal- interpretado e até providenciaram para os arautos mais fiéis uma degravação do que Serra teria dito. Duas bobagens, a rigor, tanto a de Serra como a Dilma, se verdadeiras. Mas aí o que não foi dito ficou como dito, e o que teria sido dito passou como não dito.

Mas tem alguma coisa estranha nisso. No dia 1º de Maio, o presidente Lula compareceu à festa das centrais sindicais, em São Paulo, e lá fez discurso para dizer que o seu sucessor deverá fazer melhor do que ele. A ex-ministra Dilma Rousseff estava do seu lado. Lula não falou o nome dela. Mas foi o bastante para, no mesmo dia, anunciarem que a oposição iria entrar na Justiça contra o presidente Lula por propaganda fora de hora. De fato, a oposição entrou na Justiça, e não só pela suposta propaganda fora de hora, mas alegando também que os sindicatos fizeram uma festa com dinheiro público e que a festa se transformou em palanque eleitoral. Ocorre que, na tal festa religiosa em Santa Catarina, em Camboriú, mais precisamente, o poder público teria também financiado o encontro, porque prefeituras administradas pelo PSDB repassaram dinheiro para a festa que teve o candidato tucano como estrela principal. E ninguém havia piado até o início da noite de ontem, 48 horas depois do encontro, sobre a suposta ilegalidade do candidato tucano.

Mas por aí se vê que está havendo, na pré-corrida presidencial, “dois pesos e duas medidas” para os mesmos fatos. Tudo o que a candidata do PT fala ou faz é alvo de críticas por vezes exacerbadas.

Quanto ao seu oponente, até parece que ele nem existe como tal, dada a lhaneza de tratamento que lhe dispensam os que cobrem a pré-campanha eleitoral. Agora mesmo, já começa a cristalizar na grande mídia a ideia de que tudo o que a candidata Dilma Rousseff faz ou fala é errado. Por esse ângulo, Dilma já deveria desistir da candidatura enquanto é tempo. Até sua visita ao túmulo de Tancredo, que ninguém da família reclamou, até porque o túmulo está disposto à visitação pública, virou pecado mortal. Já falam de suas roupas, da inconveniência das cores que usa, dos modelos inadequados que veste e por aí afora.

Já seu oponente, tão sério quanto ela, tão merecedor de respeito quanto, não teria cometido nenhum erro até agora. Serra, até então visto como um político de pouca habilidade, mudou. Pelo menos na visão dos que costumam escrever sobre ele, Serra agora é um virtuoso. Não erra nunca. Não fala nada extravagante. Pois, sim. Os de boa memória lembram que, no ano passado, foi Serra quem falou, como governador de São Paulo e com a autoridade de ex-ministro da Saúde, que a gripe suína passou para os humanos porque as pessoas chegavam perto dos porquinhos, portadores da gripe, eles espirravam e… pronto, contaminavam os que chegavam perto deles. Inacreditável? Sim, mas eu vi na internet, num blog insuspeito em se tratando de Serra. De forma que ainda há tempo para se tratar Dilma e Serra de forma igual. Até porque são ambos muito parecidos politicamente, por formação.

Postado em 4 de Maio, 2010

(do jornal”Hoje em dia”)