30 de junho de 2010

Não foi impedimento!

19 de junho de 2010

Para inglês ver

Sábado dia 19/06, cerca de 30 ou 40 pessoas “desfilaram” pela principal rua do centro de Piracicaba. Pelo que consegui ouvir do caminhão de som (pois ele se preocupava mais em divulgar as secretarias e políticos que apoiavam o ato), tratava-se de uma “Caminhada pela vida” em combate ao uso abusivo de álcool e outras drogas.

A caminhada foi escoltada pela polícia em todo o percurso, onde parece não ter despertado grande interesse da população.

Sem querer desmerecer a iniciativa dos poucos participantes, considero totalmente sem eficiência prática esse tipo de movimento, especialmente quando os eventos apoiados pelos mesmos políticos são regados com bebidas alcoólicas e recebem, inclusive, patrocínio de grandes cervejarias.

O combate ao consumo de bebidas alcoólicas e as drogas passa pela educação de nossas crianças e adolescentes, tarefa de responsabilidade das famílias e da escola. Entretanto, quando professores e funcionários da educação se juntam em uma “caminhada” por melhores condições de trabalho, a polícia é enviada com objetivos bastante distintos e os participantes são logo taxados pelos mesmos políticos de “baderneiros” ou “vagabundos”.

18 de junho de 2010

Copa

As vuvuzelas não podem ser banidas na Copa,

pois são as únicas coisas que nos mantém acordados durante os jogos.



Os Caça-Fantasmas

9 de junho de 2010

Piada do dia

Do Painel da Folha (os destaques são meus)

Globo

Fernando de Barros e Silva, na coluna "Verde água" (Opinião, ontem), diz que "Sérgio Cabral surfa tranquilo, com o apoio de Lula e a simpatia da Rede Globo".

Como o colunista não acompanha o jornalismo local da TV Globo no Rio, acredito que a afirmação seja fruto de falta de conhecimento ou de preconceito. A TV Globo do Rio cobre o governo Cabral da mesma forma que a Folha cobriu o governo Serra e outros. Assim como a Folha, a TV Globo é apartidária e busca a isenção em todas as suas coberturas.

ALI KAMEL, diretor da Central Globo de Jornalismo (Rio de Janeiro, RJ)


É pra rir?

7 de junho de 2010

Copa 2010

Quem não se lembra do bigodudo italiano Gentile a correr – feito uma sombra - atrás do nosso camisa 10, Zico? Bem, a maioria talvez não se lembre, porque isso se passou no longínquo ano de 1982, na Copa da Espanha. Pra mim, parece que foi na semana passada, tamanhas são as emoções que ainda guardo daquela partida.



Por Rodrigo Vianna, de Johanesburgo para o Vermelho

O corpulento Gentile grudou feito carrapato em Zico, chegou a rasgar a camisa do “galinho” na área. A TV mostrou, só o juiz não viu o pênalti. Verdade que o Brasil também tinha Sócrates, Falcão, Junior, Leandro. Era um timaço. Mesmo assim, acabou batido pelo futebol feio dos italianos. A derrota, por 3 a 2, ficou conhecida como “A Tragédia de Sarriá” (nome do estádio espanhol onde se deu a malfadada partida).

Aquela foi uma derrota tão marcante como a de 1950 no Maracanã. Depois de Sarriá, os brasileiros nunca mais ousaram jogar “pra frente”, com liberdade total para os craques. Desde então, o Brasil aprendeu que – pra ganhar – muitas vezes é preciso jogar “feio”. Mais ou menos como Lula fez com os juros do Banco Central no primeiro mandato!

Mas não precisamos exagerar (nem nos juros, nem no futebol). Na lamentável Copa de 1990, por exemplo, o Brasil jogou um futebol tão burocrático e previsível como a política de Meirelles no BC.

As conquistas de 94 e de 2002 mostram bem isso.

Depois de abandonar o “complexo de vira-lata” em 1958, o Brasil aprendeu - com a derrota de 1982 - a não apostar tudo no futebol “cordial” (a expressão “homem cordial”, cunhada por Sergio Buarque de Holanda, designa uma tendência brasileira à informalidade, ao predomínio do coração, a colocar as relações pessoais acima e à frente de considerações coletivas).

Pode ser uma boa lição. Desde que o “coletivo” não funcione como uma camisa de força, desde que se abra espaço para a criatividade surgir aqui e ali. Foi assim com a genialidade de Romário em 94, e com a categoria de Ronaldinho Gaúcho, Rivaldo e Ronaldo em 2002.

O Brasil aprendeu, com as lágrimas derramadas após a derrota de 1982, a mesclar o coletivo e o individual. Sinal de amadurecimento. Por mais que muitas vezes tenhamos saudades do futebol mais “solto” e “irresponsável” de outros tempos.

Mas o tema desse artigo não é o Brasil. Voltemos aos nossos adversários de 82...

A Itália, além do brutamontes Gentile, tinha a firmeza de Zoff no gol, e o oportunismo de Paolo Rossi na frente. Ele fez os três gols da vitória contra o Brasil. Nunca mais jogou tanto, como naquela Copa, em que a Itália seria campeã de forma surpreendente – depois de se classificar para a segunda fase jogando um futebol medíocre, com três empates e apenas dois gols marcado!

Não foi a primeira vez que o time que joga “feio” leva a taça.

Nas últimas décadas, os italianos ficaram com a fama de retranqueiros (justa, aliás); mas os especialistas em ganhar sem ter o time mais vistoso são os alemães.

Foi assim em 1954. A máquina do futebol mundial era a Hungria de Puskas. Meu avô sempre contava que os húngaros eram tão bons que, no começo dos anos 50, clubes paulistas importavam treinadores de futebol da Hungria – para ensinar técnica aos brasileiros (como bater na bola, como dominá-la, como chutar com efeito, usando o lado do pé).

Na primeira fase, a Hungria massacrou os alemães: 8 a 3! Quem viu os húngaros jogar (não é o meu caso) garante que era um futebol tão bonito quanto o brasileiro entre 1958 e 1982. Havia espaço para a criatividade dos craques, comandados por Puskas.

O time germânico não tinha nada disso. Mas tinha o esforço coletivo. E tinha a vontade sobre-humana de conquistar o título para mostrar ao Mundo que – após a barbárie na Segunda Guerra – o país era capaz de se organizar e vencer.

Húngaros e alemães foram pra final. E a eficiência germânica derrotou a genialidade de Puskas: 3 a 2.

Em 74, a história se repetiu. O esquadrão da moda era a Holanda de Cruyff. Na “laranja mecânica”, não havia posíções fixas. Os jogadores tinham liberdade para girar pelo campo, sem grandes amarras. Os holandeses eliminaram o Brasil, e foram à final contra a Alemanha, como favoritos.

Mas a Alemanha tinha o esforço coletivo. E tinha mais que isso: a
categoria de Beckenbauer, a segurança de Zepp Mayer no gol, e o oportunismo de Gerd Muller. Na final, Vogts grudou em Cruyff (como Gentile faria com Zico em 82). Vitória alemã, em casa, por 2 a 1.

Muito antes do Brasil, a Alemanha já tinha aprendido que talento e jogo coletivo podem entrar juntos em campo. E, normalmente, trazem vitórias.

Em 2010, será que essa será a tônica?

Quem joga mais “bonito”, mais “solto”? A Espanha, sem dúvida, seguida talvez pela Argentina de Messi.

Do lado da eficiência estão Brasil e (como sempre) Alemanha.

Será que a eficiência brasileira vai embotar e tolir o talento de nossos jogadores. Pelo que vi nos treinos por aqui, temo que sim.

Temo que a vitória possa vir de um time que fica no meio do caminho, como a Inglaterra: aposta no coletivo, mas abre espaço para o individual – com Rooney, Lampard e Gerrard (sem falar no ótimo zagueiro Terry).

Para vencer, a (favorita) Espanha terá que aprender a dura lição: é preciso dar espaço para a criatividade, sim, mas sem esquecer que no futebol um brutamontes como Gentile pode sempre barrar o talento de um Zico.

Para vencer, é preciso mais do que craques – como mostram os exemplos de 1954, 1974 e 1982.

6 de junho de 2010

1 de junho de 2010

La soledad y el miedo de la sociedad

Las personas que tienen más de veinte o treinta años tuvieron una infancia muy diferente de aquella que viven los niños de hoy.


Era muy usual a los padres dejar sus niños jugaren en las calles con sus vecinos e conocidos. Eso era posible porque las personas que allí vivían, cerca uno de los otros, se conocían, y muchas veces mantenían incluso lazos familiares.


La verdad es que las personas vivían casi toda la vida en un mismo lugar, con sus hijos, nietos y algunas familias de conocidos. Las cosas cambiaban lentamente y poco se sabia del mundo, pero mucho se sabia de sus vecinos y de su barrio. Tal realidad aún puede ser vista en muchos barrios de pequeñas ciudades, normalmente en los pueblos más tradicionales, que se esfuerzan para mantener las tradiciones y la cultura de sus abuelos.


Sin embargo, en las grandes metrópolis la vida es diferente, especialmente para los niños que viven en los grandes edificios, los condominios residenciales o cerrados. Allí no hay conocidos para jugar o hacer bromas, las calles son para los coches y sus padres tienen mucho miedo de lo que puede ocurrir fuera de casa.


Los niños casi no salen de casa y el contacto con el mundo es la televisión o la internet. Sus pocos amigos son hechos en la escuela, donde estudian otros niños que también no pueden salir a la calle. Esta nueva generación, especialmente los ricos, pasan la vida de un estacionamiento para otro, del shopping, del clube, del edificio o de la escuela de inglés, siempre en un coche, nunca caminando. El mundo real solo aparece en los vidrios de los coches cuando están detenidos en el faro.


Así, estos niños y jóvenes son cada vez más individualizados, hacen y piensan las cosas para si mismos, sin preocupaciones con las consecuencias o la reacción de otras personas, del mundo.


De jóvenes individualistas hacia adultos solitarios no imagino que sea un camino muy difícil. Si las personas tienen miedo, o no dan mucha importancia para lo que no conocen, como pueden crear buenas amistades? Como se puede conocer alguien interesante si tenemos miedo de salir de casa?


Creo que esa no sea la realidad de todos, pues los niños y jóvenes de familias más populares, que estudian en escuelas del gobierno, tienen un mejor conocimiento del mundo real, de las diferencias. Pero, en este caso, los problemas son otros, también muy preocupantes.


Imagino también que esa nueva realidad no sea necesariamente mejor o peor que la que conocemos cuando chicos. Las personas hoy tienen grand libertad para hacer lo que desean, estudiar lo que les gusta, escoger cuando y si quieren tener una familia, y las mujeres no dependen más de sus maridos. Tal vez la cuestión sea exactamente esa, o sea, las personas hoy tienen mucho más libertad, pero, no saben mucho bien como vivir con ella.

Serra