24 de dezembro de 2009

Fim de ano

Eu odeio fim de ano.

Deveria ser um momento de descansar, não fazer nada, não se preocupar, mas as pessoas não conseguem simplesmente não fazer nada, precisam sempre arrumar coisas, algo que mantenha todos ocupados.

Natal é uma festa para se passar com a família: se você tem, deve passar necessariamente com eles, mesmo que isso implique longas viagens; se não tem, os programas da TV não deixaram você esquecer disso.

Mas não é só isso, você precisa comprar presente (comprar comprar comprar comprar... as pessoas só pensam nisso). Ganhou presente de alguém e não comprou algo para ele? Que falta de educação!

E toda a preparação para a ceia ?(a janta do dia 24 não é uma janta qualquer, é uma ceia).

Se natal é para passar com a família, reveillon (não sei porque com 2 eles) é para farrear. Se tem namorada(o) deve passar com ela necessariamente, porque ano novo é hora de festa, quem estiver sozinho provavelmente vai aprontar, ou ficar muito triste por não conseguir.

Não quero entrar aqui num longo debate, mas não há nenhuma diferença racional entre a noite do dia 31/12 e as noites de todos os outros dias do ano, mas se você quiser ficar em casa dormindo, ninguém vai entender.

Entretanto, você poderia argumentar dizendo que o final do ano é o único momento em que as pessoas têm folga no trabalho e podem viajar.

Férias? Para mim só poderia ser chamado de férias um período de mais de 15 dias, em que você possa realmente desligar do trabalho. Passar 24/25 e 31/01 sem trabalhar, mas preocupados em arrumar tudo para a ceia ou parados em um congestionamento qualquer, isso não são férias.

Pra piorar, final de ano também é aquela época que você encontra aquele parente distante, aquela sogra, aquele cunhado...

Eu odeio fim de ano, mas o pior mesmo é o resto do ano, aquele período chato entre o carnaval e o natal.

E lembre-se, o que faz você engordar não é o que você come entre o natal e o ano novo, mas o que você come entre o ano novo e o natal.

22 de dezembro de 2009

Notas sobre o início do século XXI

Ao contrário do que disseram (e desejaram) certos pensadores, a história não acabou no fim do século XX.

Com a queda do Muro de Berlim e o fim da União Soviética, defensores da “ordem capitalista liberal” de todo o mundo poderiam dormir sossegados: Cuba não poderia se manter sem o apoio soviético; as passeatas estudantis logo derrubariam os comunistas chineses; e as novas democracias burguesas garantiriam a legitimidade e a perpetuação no poder das elites latino americanas.

No entanto, não podemos ignorar que, ao contrário do que imaginam esses pensadores, o mundo não é o “ideal liberal” de suas teses, a história é feita por homens, e esses não se enquadram plenamente em seus planos cartesianos.

Quando Hugo Chávez foi eleito pela primeira vez, em 1998, o continente ainda era comandado por líderes liberais, como FHC, no Brasil, e Menen, na Argentina; mas nos anos seguintes o panorama mudaria com a vitória de lideres populares, geralmente identificados com o ideal “nacional-desenvolvimentista, como Lula, Rafael Correa, Evo Morales, Tabaré Vázquez, Daniel Ortega e Nestor Kirchner. A história não havia acabado na América Latina.

Cuba comemorou 50 anos de sua Revolução em 2009, vinte anos após a queda do muro. A China, comandada pelo Partido Comunista, é o país que mais cresce no mundo, desafiando a hegemonia econômica americana.

A crise financeira de 2008, intensa especialmente nas regiões que mais incorporaram as idéias neoliberais, provou que o mercado não é a solução para todos os males, e que o capitalismo real ainda é à base da sociedade, ou seja, são as indústria, não os bancos, que impulsionam o sistema.

As novas experiências latino americanas e o desenvolvimento chinês destacam-se nesse início de século como objetos de estudo e atenção para aqueles que ainda buscam a mudança. Enquanto que o método marxista, tantas vezes “superado”, ainda parece o mais adequado para o entendimento de um mundo em constante transformação.

15 de dezembro de 2009

Desabafo do Aziz

Terra Magazine - O que o senhor está achando da 15ª Conferência das Partes da ONU em Copenhague, a COP-15?

Aziz Ab'Saber - Copenhague é uma farsa, quando eu vi que levaram cerca de 700 pessoas do Brasil pra lá eu disse "meu Deus", essas pessoas não terão um segundo pra falar, nem nada. Para mim, quando uma conferência passa de 1.000 pessoas na sala, elas ficam só ouvindo as metas e propostas dos outros. Não há espaço para debate ou questionamento. Além disso, os países levam metas irreais. Quando um país diz que vai reduzir 40%, por exemplo, não vai. Espertos são os países que levam metas baixinhas.

Terra Magazine - E quanto ao objetivo central da conferência: reduzir as emissões de CO2?

Aziz Ab'Saber - Não tenho a menor dúvida de que as causas não são tão perfeitas como eles pensam. Mas é fato que está havendo um aquecimento: na cidade de São Paulo, no século passado, tinha 18,6 graus Celsius de temperatura média na área central. Hoje, tem entre 20,8 e 21,2 graus. Se a gente fizer a somatória de todas as cidades em São Paulo e as contas do desmate ocorrido no nosso território, veremos que com esses desmates o sol passou a bater diretamente no chão da paisagem. Se esse aquecimento é em função do calor das grandes cidades... O clima urbano deve ser considerado, porque evidentemente esse clima tem certa projeção espacial, em algumas cidades mais em outras menos.

Há também que se considerar os efeitos das chamadas Células ou Ilhas de Calor, por que quando eu digo que a temperatura da cidade de São Paulo aumentou nesse século, eu não falo do estado como um todo, nem mesmo da cidade. A temperatura medida na área central é uma, nos Jardins é outra e, lá onde eu moro, perto de Cotia, é outra.

Terra Magazine - E os inúmeros alertas para as consequências do aquecimento: O aumento do nível do mar, a desertificação de florestas...

Aziz Ab'Saber - Mas essas observações de que o aquecimento global vai derrubar a Amazônia são terroristas! Há um aquecimento? Sim, seja ele mediano ou vagaroso, mas, quanto mais calor, a tendência, no caso da mata Atlântica e da Amazônia, é que elas cresçam e não que sejam reduzidas. Parece que essas pessoas, esses terroristas do clima nunca foram para o litoral! A gente que observa o céu vê que as nuvens estão subindo e sendo empurradas para a Serra do Mar, levando mais umidade para dentro do território. Esses cientistas alarmistas não observam nada, não têm interdisciplinaridade. Na média, está havendo aquecimento, mas as consequências desse aquecimento não são como eles prevêem. Mas essa é uma realidade não relacionada tão diretamente com a poluição atmosférica do globo e pode sofrer críticas sérias de pessoas com maior capacidade de observação.

Terra Magazine - Esse ano nós tivemos um clima problemático... Enchentes sérias em São Paulo, em Santa Catarina...

Aziz Ab'Saber - Esse ano é um ano anômalo, El Niño funcionou por causa do aquecimento do Pacífico equatorial, a umidade veio pra leste, bateu na Colômbia, lá houve problemas sérios, inundações. Aqui, essa massa de ar úmida entrou pela Amazônia e outras regiões sul-sudeste, e perturbou todo o sistema de massas de ar no Brasil. E continua, isso vem desde novembro do ano passado até hoje. Quando o pessoal diz: "Olha, está muito calor, o aquecimento!", eles não sabem as consequências das perturbações climáticas periódicas. E aí entra o problema da periodicidade climáticas que ninguém fala! Se não falarem disso lá em Copenhague, será uma tristeza para a climatologia. A periodicidade do El Niño é de 12 em 12, 13 em 13, ou 26 em 26 anos. Então ontem, no jornal, alguém disse: "O último ano que fez tanto calor foi em 1998". Há 11 anos, a medida do El Niño, então esse calor, essas chuvas, é um tempo diferenciado provocado pelo El Niño.

Terra Magazine - E o que aconteceu?

Aziz Ab'Saber - O que aconteceu naturalmente? Sem indústria, sem nada: Entre 23 mil e 12 mil anos A.P. (termo da Arqueologia, significa "Antes do Presente". Tendo por base o ano de 1950), houve um período muito crítico. O planeta passou por um período de glaciação. Devido ao congelamento de águas marinhas nos pólos Norte e Sul, o nível dos oceanos era cerca de 90 metros mais baixo do que o registrado hoje. A partir de 12 mil anos atrás, cessou o clima frio e começou a haver um aquecimento progressivo. Com isso, o nível do mar subiu, ele tinha descido 95 metros.

Terra Magazine - Isto, por conta do aquecimento...

Aziz Ab'Saber - Com o aquecimento, as grandes manchas florestais, que haviam se reduzido a refúgios, cresceram. A esse processo, que aconteceu principalmente na costa brasileira, eu dei o nome de "A Réplica do calor" e o período foi chamado de Optimum climático. Durante esse Optimum climático, o calor foi tão grande que o nível do mar subiu, embocando nas costas mundiais, formando baías, golfos, rias (canal ou braço do mar).

Terra Magazine - E o que aconteceu depois?

Aziz Ab'Saber - Houve mais chuvas, o que favoreceu a continuidade das florestas. O optimum é uma fase da história climática do mundo que vários cientistas e o próprio IPCC não consideram. Como naquele período, nem a mata Atlântica nem a Amazônia desapareceram do mapa, não é certo dizer que até 2100 a Amazônia vai virar cerrado.

Terra Magazine - Qual é o principal risco do aquecimento, então?

Aziz Ab'Saber - Conclusão: se está havendo certo nível de aquecimento que é antrópico (relativo à ação do homem), o que irá acontecer é certo degelo - que não é relacionado com as coisas que eles falam lá de supra atmosfera, o homem tem uma pequena parcela nisso. A conclusão que se chega é que haverá impactos nas cidades costeiras. Realmente é perigoso: há aquecimento, há degelo e o mar está subindo.

Terra Magazine - Mas esse aquecimento é controlável pelo homem? É possível impedi-lo?

Aziz Ab'Saber - Não é possível. O que é possível é que as cidades costeiras comecem já seus projetos para defender as ruas principais, mais rasas.

A redução da emissão de gás carbônico pelo homem vai amenizar um pouco esse processo, mas eles falam nisso sem lembrar a periodicidade, eu não desprezo o fato que as emissões de CO2 podem influir na climatologia do mundo, mas eu acho ruim que eles não conhecem dinâmica climática, não sabem nada do que já aconteceu no passado de modo natural e estão facilitando a vida dos que querem aproveitar-se da situação.

Terra Magazine - Quem são esses?

Aziz Ab'Saber - Por exemplo, o governador do Amazonas, Eduardo Braga (PMDB-AM), que disse recentemente: "Nossa região é uma vítima do aquecimento global, não a vilã". Eles pensam assim: "Já que o aquecimento global vai mesmo destruir a Amazônia, que deixe a floresta para nós". A senadora Kátia Abreu (DEM-TO), diz que agricultura nunca afetou em nada o meio ambiente... O problema é o mesmo, na Amazônia, a diminuição da mata que permaneceu quase intacta até 1950. Eu estive lá: Era tão difícil estudar lá, de tão ampla que era a mata, biodiversa e densa.

Terra Magazine - E Hoje?

Aziz Ab'Saber - Vai lá pra ver como está. O desmate da cidade é incrível! Tem uma coisa que eu não gosto de dizer para jornalista... Mas vou dizer: Todo espaço virou mercadoria! Nos arredores da cidade, especulação. Não são produzidas coisas economicamente boas para o Estado e para o País. O espaço é todo deles!

Entrevista concedida à Terra Magazine

6 de dezembro de 2009

Mengo 2009




Melhor do Brasileirão:


Piores:

Palmeiras, torcida do Coritiba e diretoria do Grêmio





Libertadores ano que vem:
Flamengo, Internacional, São Paulo, Cruzeiro e Ronaldo!

2 de dezembro de 2009

Haja fedentina

Abundacanalha


A Folha desceu pelo esgoto mais pútrido. A repercussão que pretendia ficou restrita aos recantos malcheirosos, onde permanentemente exalam os odores mais pestilentos. Fiquei com uma sensação de déjà vu, lembrando alguns dos momentos mais horrendos da ditadura, quando jovens torturados iam a TV falar de seus arrependimentos. Não fui o único com tal associação. César Benjamim não é tão jovem, e se assim reagiu agora foi tardiamente. Seu artigo é de uma inequívoca construção para criar um fato político, a favor de seus antigos inimigos de classe. A Folha o sabia, esperava por ele. Baixaram todos pela cloaca, em um dos piores momentos do jornalismo.


Apesar de todo o esforço midiático para transformar a corrupção no governo Arruda em algo conhecido − falam em caixa 2, mensalão −, o que se vê é a mais explícita roubalheira, como nunca antes vista, em imagem, som e movimento. O tal Durval Barbosa filmou o suficiente para mais de um longa metragem de patifarias. Os momentos são os mais variados e estarrecedores, mas o vídeo divulgado hoje com a “oração da propina” ganha qualquer concurso de documentarista. Que gente é essa?



E Arruda hoje falou grosso com o DEM. Ameaçou que se radicalizarem vai radicalizar também. Recado dado com efeito imediato: a bancada demo recuou e já se dividiu. Voltarão a conversar amanhã. Parece que se abrir a Caixa de Pandora não vai sobrar ninguém.


Piada pronta não tem graça. Mas essa história de panetones pode explicar a forma física de alguns políticos.


E aliás, pensando na proporção do escândalo, vale lembrar da “gentileza” do deputado Vic Pires Franco do DEM em patrocinar uma tapiocada na CPI dos Cartões Corporativos. Foi festa para as fotos. Quando haverá um novo festival gastronômico?


E com tanto mau cheiro, a mídia “esqueceu” de lembrar que o novo escândalo no Detran em São Paulo é de mais um governo tucano, há 16 anos dando seu “choque de gestão”.


São muito duras as pedras no caminho de Serra. Apesar de seu esforço de campanha para reverter o quadro de declínio nas pesquisas, com mais uma viagem ao Nordeste, suas várias horas em entrevistas em programas populares de TV, a ladeira ficou mais íngreme e ensaboada. Arruda seria seu candidato à vice em um dos cenários mais prováveis. Aposto que o vampiro continuará assustando as criancinhas até quando puder, mas já jogou a toalha.