28 de julho de 2009

Ciro

Vice da Dilma?

27 de julho de 2009

Sacanagem não tem regras

Acabei de receber um e-mail que muito me intrigou, aparentemente escrito por uma mulher anônima. Assunto: 30 erros que os homens cometem na cama.


Basicamente a autora oferece 30 dicas para nós, homens, em palavras bem claras, “fodermos melhor” uma mulher. Não me contive e vou apresentar minha opinião sobre alguns conselhos da anônima.


Primeiramente, acho a maior besteira do mundo esses “guias” femininos de Revistas, e-mails ou Internet , do tipo “como saber se ele beija bem” (Capricho) ou “você é dominadora na cama?” (Nova), mas vamos lá:


1 – Pular as preliminares: ir direto ao ponto às vezes incomoda a mulher.


Às vezes eu tenho vontade de dormir, às vezes gostaria de ver futebol, às vezes eu estou com fome, e às vezes uma rapidinha vai bem.


6 – Morder a orelha dela: pode parecer sexy, mas talvez ela não pense o mesmo. Dói.


Mas quem foi o idiota que mordeu muito forte a orelha dela?

Morder orelha é bom, mas vamos com calma.


8 – Transar sem fazer a barba: você pode se sentir atraente, mas pinica.


Rá! Ainda bem que gosto é que nem c.... cada um tem o seu.


15 – Ser desajeitado ao despi-la: concentre-se e não deixe de beijá-la.


Droga! Devia ter feito malabarismo na oficina de circo da escola.


17 – Esperar que ela tenha depilado a virilha: você pode gostar muito, mas para ela pode incomodar e coçar.


Mas eu preciso fazer a barba? Egoísta!


19 – Avançar sem perguntar: não é questão de acabar com o elemento surpresa, mas é preciso saber entender o que o olhar dela diz.


Se eu estiver de olhos abertos pra ver o que os dela dizem, pode ter certeza que não vou estar a fim de avançar.

Fora que se for pra ficar pensando “Avançar ou Recuar” vou jogar WAR , Patapon etc.


21 – Achar que ela vai ficar de quatro: essa posição pode fazê-la se sentir como um objeto sexual.


Rá! Eu já sabia! Ela não gosta de sexo !!!


25 – Não falar com ela depois: pergunte se ela gostou.


Quem pergunta o preço é porque não pode pagar

26 – Não fazer sexo oral se ela pedir: não seja preguiçoso, pois é muito prazeroso para ela. Se não gosta do odor ou do sabor, podem tomar banho juntos antes.

27 – Tentar convencê-la a fazer sexo oral em você: é desagradável, respeite-a.


Conflito total! Eu quero que você faça, mas não quero fazer.

Não sabe fazer sexo direito e ainda quer ensinar pros outros.



Conclusão:


Coisa mais idiota querer botar regras na sacanagem dos outros. Daqui a pouco vamos ter que seguir as normas da ABNT, passar pelo teste do Inmetro e ter ISO 9.001.


Quando eu digo que são poucas as mulheres que gostam (e sabem fazer) alguém ainda discorda.

No limite da irresponsabilidade

Por Carlos Eduardo Lins da Silva - ombudsman da Folha de São Paulo

A REPORTAGEM e principalmente a chamada de capa sobre a gripe A (H1N1) no domingo passado constituem um dos mais graves erros jornalísticos cometidos por este jornal desde que assumi o cargo, em abril de 2008.

O título da chamada, na parte superior da página, dizia: "Gripe suína deve atingir ao menos 35 milhões no país em 2 meses". A afirmação é taxativa e o número, impressionante.

Nas vésperas, os hospitais estavam sobrecarregados, com esperas de oito horas para atendimento.

Mesmo os menos paranoicos devem ter achado que suas chances de contrair a enfermidade são enormes. Quem estivesse febril e com tosse ao abrir o jornal pode ter procurado assistência médica.

O texto da chamada dizia que um modelo matemático do Ministério da Saúde "estima que de 35 milhões a 67 milhões de brasileiros podem [em vez de devem, como no título] ser afetados pela gripe suína em oito semanas (...). O número de hospitalizações iria de 205 mil a 4,4 milhões".

É quase impossível ler isso e não se alarmar. Está mais do que implícito que o modelo matemático citado decorre de estudos feitos a partir dos casos já constatados de gripe A (H1N1) no Brasil.

Mas não. Quem foi à página C5 (e não C4 para onde erradamente a chamada remetia) descobriu que o tal modelo matemático, publicado em abril de 2006, foi baseado em dados de pandemias anteriores e visavam formular cenários para a gripe aviária (H5N1).

Ali, o texto dizia que "por ser um esquema genérico e não um estudo específico para o atual vírus, são necessários alguns cuidados ao extrapolá-lo para o presente surto".

Ora, se era preciso cautela, por que o jornal foi tão imprudente? Ou, como pergunta o leitor Martim Silveira: "já que não tem base em nada nas circunstâncias atuais, qual a relevância de publicar algoque evidentemente só pode causar pânico numa população que já está abarrotando os postos de saúde por causa da gripe, quando os casos mal passam do milhar?"

Muitos leitores se manifestaram ao ombudsman. José Rubens Elias classificou a chamada de "leviana e irresponsável". José Roberto Teixeira Leite disse que "se o objetivo do jornal era espalhar pânico, conseguiu o intento". Para José Clauver de Aguiar Júnior, "trata-se claramente de sensacionalismo".

O pior é que a Redação não admite o erro. Em resposta à carta do Ministério da Saúde, que tentava restabelecer os fatos, respondeu com firulas formalistas como se o missivista e os leitores não soubessem ver o óbvio. Em resposta ao ombudsman, disse que considera a chamada e a reportagem "adequadas" e que "informar a genealogia do estudo na chamada teria sido interessante, mas não era absolutamente essencial".


25 de julho de 2009

Marcelo Adnet no Jô ontem

21 de julho de 2009

Jô Soares

Do blog do Miro (link)

Nos momentos mais deprimentes das “baixarias na política”, como na atual crise do Senado, Jô Soares sempre leva ao seu programa da TV Globo várias comentaristas globais para espinafrar os políticos e desqualificar a política. São as tais “meninas do Jô”, sempre tão venenosas e cheias de certezas. No programa desta quarta-feira, as jornalistas Cristiana Lobo, Lúcio Hippolito, Lilian Witte Fibe, Flávia Oliveira e Ana Maria Tahan concentraram seus ataques no recente aperto de mão do presidente Lula ao senador Collor de Mello, numa solenidade pública em Alagoas. Para elas, travestidas de vestais da ética, este gesto seria a prova definitiva de que política não presta.

As “meninas do Jô” só deixaram da lembrar aos telespectadores sem memória que a candidatura de Collor de Mello, em 1989, foi fabricada nos sinistros laboratórios da própria TV Globo. Elas inclusive evitaram utilizar a expressão “caçador de marajás”, cunhada na época para alavancar o político alagoano e evitar a vitória de Lula, o temido líder grevista daquele período. Elas também nada falaram sobre a manipulação grosseira feita pelo Jornal Nacional da edição do debate entre os dois candidatos, nas vésperas daquele pleito. E ainda omitiram a informação de que a família de Collor de Mello ainda é proprietária da empresa afiliada da TV Globo em Alagoas.

Anarquista ao gosto do patrão

Diante das baixarias da famíglia Marinho, o recente aperto de mão é apenas um gesto protocolar! Com seu humor tendencioso, Jô Soares nunca cobrou qualquer autocrítica de seus patrões. Além das “meninas do Jô”, ele poderia ouvir o professor Venício de Lima, que no livro “Mídia: crise política e poder no Brasil” desmascara as manipulações da TV Globo na eleição do “caçador de marajás” e em outros episódios lamentáveis da nossa história recente. Também poderia convidar o professor Bernardo Kucinski, que no livro “A síndrome da antena parabólica” denuncia o total colapso da ética na mídia brasileira e o papel nefasto da famíglia Marinho na política nacional.

Até algum tempo atrás, Jô Soares ainda seduzia muita gente. Na época da ditadura, que contou com o apoio ativo da TV Globo até a reta final da campanha das “Diretas-Já”, ele fez um humor corajoso de denúncia da censura e dos militares. Após a conquista da democracia liberal, ele se deu por satisfeito e nunca mais incomodou os poderosos e os barões da mídia. Maroto, ele vestiu a oportuna fantasia do “anarquista”. O falecido professor Maurício Tragtemberg, um intelectual anarquista autêntico, costumava zombar destes anarquistas “riquinhos”, que fazem suas críticas comportamentais, mas não tem qualquer compromisso com a justiça social.

18 de julho de 2009

Banco na internet?

Se você gosta de viver perigosamente tudo bem, mas pelo menos siga alguns conselhos:


1 - Minimize a página . Se o teclado virtual for minimizado também, está correto. Se ele permanecer na tela sem minimizar, é pirata! Não tecle nada.

2 - Sempre que entrar no site do banco, digite sua senha ERRADA na primeira vez . Se aparecer uma mensagem de erro significa que o site é realmente do banco, porque o sistema tem como checar a senha digitada.Mas se digitar a senha errada e não acusar erro é mau sinal. Sites piratas não tem como conferir a informação, o objetivo é apenas capturar a senha.

3 - Sempre que entrar no site do banco, verifique se no rodapé da página aparece o ícone de um cadeado, além disso clique 2 vezes sobre esse ícone; uma pequena janela com informações sobre a autenticidade do site deve aparecer. Em alguns sites piratas o cadeado pode até aparecer, mas será apenas uma imagem e ao clicar 2 vezes sobre ele, nada irá contecer.

Outras dicas básicas:

Governos e Bancos não mandam e-mails se o assunto for importante

Confira o endereço do site letra por letra:
Ex: www.bancodobrasill.com.br não é o site do BB, mas engana

Cansei de ouvir histórias de gente que caiu nessas coisas

17 de julho de 2009

Gabriel

Filho da Pátria Iludido

Quando eu vejo um filho da pátria com a camisa dos Estados Unidos
Eu fico puto
Eu fico louco
Eu fico logo mordido
Porque se fosse um americano eu já não ia gostar
Mas o pior é brasileiro quando cisma de usar
Uma jaqueta ou uma camiseta com aquela estampa
D'aquela porra de bandeira azul vermelha e branca!
Eu não suporto ver aquilo no peito de um brasileiro
Me dá vontade de manchar tudo de vermelho
Vermelho sangue
Do sangue do otário
Que não soube escolher a roupinha certa no armário
E saiu de casa crente que tava abafando
Eu vô tentar me segurar mas eu não tô mais agüentando!!

Quando eu vejo um filho da pátria com a camisa dos Estados Unidos
(cores dos States com as estrelas e as listras)
Quando eu vejo um filho da pátria com a camisa dos Estados Unidos
(não somos patriotas nem nacionalistas)
Quando eu vejo um filho da pátria com a camisa dos Estados Unidos
(como Tio Sam sempre quis)
Quando eu vejo um filho da pátria com a camisa dos Estados Unidos
(amigo vai nessa que tu tá é fudido)

E ele saiu de casa crente que tava abafando
Eu fico puto
Eu fico triste
Eu fico quase chorando
De pena de raiva de tristeza de vergonha
Quando eu vejo esses babacas esses panacas esses pamonhas
Que têm coragem de ir pra rua com boné ou camiseta
Com as cores da bandeira mais nojenta do planeta!
Tem azul com estrelinha
Tem branquinho e tem vermelho
O filho da pátria é burro cego ou a casa dele não tem espelho?
Eu acho que é burro mesmo
Coitado
Sem rumo sem governo totalmente alienado
Bitolado do tipo que acredita no enlatado
Que passou no Supercine desse sábado passado
Eu tento me controlar conto até dez respiro fundo
Ô filho da pátria é assim que cê pensa que vai chegar no 1º mundo?
Vestindo essa bandeira de outro povo
Vestindo essa roupa escrota de submisso baba-ovo
Que vergonha que vexame que tragédia que fiasco:
O enforcado desfilando com a bandeira do carrasco!
Condenado
Parece que merece a morte
Me enraivece um colonizado usar a bandeira da metrópole!
E não espere eles invadirem a Amazônia
Pra saber que não passamos de uma mísera colônia
Em pleno século vinte e um beirando o ano dois mil
Por essas e outras devemos usar a bandeira do Brasil
E lutar por um país fudido
No quadro internacional
Tira a camisa dos Estados Unidos seu débil mental!

I'm an American and I'm pround of my flag
But Gabriel is my friend and I understand what he said
You gotta have personality keep your own nationality
Look at yourself
Try to live your reality
And maybe we will all have just one nation some day
But now use your own flag let me be USA
Each one has his own country but life is way above
We aint't talking about hate
It's all about love...

Amigo cê tá perdido enganado iludido
Já devia ter sabido o que são os Estados Unidos
Um país infeliz
O mais hipócrita da terra
Malucos suicidas e imbecis que adoram guerra
Misturados num lugar cheio de farsa e preconceito
Me diz porque essa merda de bandeira no seu peito?
O quê que cê quer dizer quando veste uma camisa exaltando as belas cores dos opressores que te pisam?
O quê que cê quer passar pra pessoa que olhar pro seu peito e num entender de que lado você tá?
Mas não precisa responder
Cê tá do lado de baixo
Você é uma fêmea no cio e o Tio Sam é o seu macho
Você é o capacho dos norte-americanos
Por isso ainda acho que existe algum engano
Porque eu não me rebaixo a passear vestido
Com a roupa do inimigo: os Estados Unidos




Brasa

Um poeta já falou, vendo o homem e seu caminho:
"o lar do passarinho é o ar, e não o ninho".
E eu voei... Eu passei um tempo fora, eu passei um tempo longe.
Não importa quanto tempo, não importa onde.
Num lugar mais frio, ou mais quente de repente, onde a gente é esquisita, um lugar diferente.
Outra língua, outra cultura, outra moeda.
É, vida dura mas eu sou duro na queda.
Se me derrubar... eu me levanto, e fui aos trancos e barrancos, trampo atrás de trampo, trabalhando pra pagar a pensão e superar a tensão do pesadelo da imigração.
Clandestino, imigrante, maltrapilho.
Mais um subdesenvolvido que escolheu o exílio, procurando a sua chance de fazer algum dinheiro, no primeiro mundo com saudade do terceiro.
Família, amigos, meus velhos, meu mano - o meu pequeno mundo em segundo plano.
Eu forcei alguns sorrisos e algumas amizades.
Passei um tempo mal, morrendo de saudade.
Eu tô morrendo de saudade, tô morrendo de saudade.
Eu tô morrendo de saudade, tô morrendo de saudade...
Da beleza poluída, da favela iluminada, do tempero da comida, do som da batucada.
Da cultura, da mistura, da estrutura precária.
Da farofa, do pãozinho e da loucura diária.
Do churrasco de domingo, o rateio e o fiado, a criança ali dormindo, o coroa aposentado.
Eu tô morrendo de saudade, tô morrendo de saudade...
Da mulata oferecida, do pagode malfeito, de torcer na arquibancada pro meu time do peito.
A pelada sagrada com a rapaziada, o sorriso desdentado na rodinha de piada.
Da malandragem, da nossa malícia, da batida de limão, da gelada que delícia!
Eu tô morrendo de saudade, tô morrendo de saudade...
Do jornal lá na banca, da notícia pra ler, das garotas dos programas da TV.
Do jeitinho, do improviso, da bagunça geral.
Do calor humano, do fundo de quintal.
Do clima, da rima, da festa feita à toa - típica mania de levar tudo na boa - do contato, do mato, do cheiro e da cor.
E do nosso jeito de fazer amor.

Agora eu sou poeta, vendo o homem a caminhar:
o lar do passarinho é o ninho, e não o ar.
E eu voltei. E eu passei um tempo bem, depois do meu retorno.
Eu e minha gente, coração mais quente, refeição no forno.
Água no feijão, tô na área, bichinho.
Se me derrubar... eu não tô mais sozinho.
Tô de volta sim senhor.
Sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor.
Mas o amor é cego.
Devo admitir, devo e não nego, que aos poucos fui caindo na real, vendo como o Brasa tava em brasa, tava mal.
Vendo a minha terra assim em guerra, o meu país... não dá, não dá pra ser feliz.
E bate uma revolta, e bate uma deprê.
E bate a frustração, e bate o coração pra não morrer.
Mas bate assim cabreiro.
Bate no escuro, sem esperança no futuro, bate o desespero.
Bate inseguro, no terceiro mundo, se for, com saudade do primeiro.
Os velhos, os filhos, os manos - ninguém aqui em casa tem direito a fazer planos.
Eu forcei alguns sorrisos e lágrimas risonhas.
Passei um tempo mal, morrendo de vergonha.
Eu tô morrendo de vergonha, tô morrendo de vergonha.
Eu tô morrendo de vergonha, tô morrendo de vergonha...
Da beleza poluída, da favela iluminada, da falta de comida pra quem não tem nada.
Da postura, da usura, da tortura diária.
Da cela especial, da estrutura carcerária.
A chacina de domingo, o rateio e o fiado, a criança ali pedindo, o coroa acorrentado.
Eu tô morrendo de vergonha, tô morrendo de vergonha...
Da mulata oferecida, do pagode malfeito.
Morrer na arquibancada pro meu time do peito.
O salário suado que não serve pra nada, o sorriso desdentado na rodinha de piada.
Da malandragem, da nossa milícia, da batida da PM, porrada da polícia.
Eu tô morrendo de vergonha, tô morrendo de vergonha...
Do jornal lá na banca, da notícia pra ler, das garotas de programa dos programas da TV.
Do jeitinho, do improviso, da bagunça geral, do sorriso mentiroso na campanha eleitoral.
Do clima de festa, da festa feita à toa - ridícula mania de levar tudo na boa - do contato, do mato, do cheiro da carniça.
E do nosso, jeito de fazer justiça.
Mas eu vou ficar no Brasa porque o Brasa é minha casa, casa do meu coração.
Mas eu vou ficar no Brasa porque o Brasa é minha casa e a minha casa só precisa de uma boa arrumação.
Muita água e sabão.
Ensaboa, meu irmão.
Não se suja não.
Indignação.
Manifestação.
Mais informação.
Conscientização.
Comunicação.
Com toda razão.
Participação.
No voto e na pressão.
Reivindicação.
Reformulação.
Água e sabão na nossa nação.
Água e sabão, tá na nossa mão.
Tô morrendo de paixão, tô morrendo de paixão...






Não faça cara feia de barriga cheia

8 de julho de 2009

Emir Sader reconhece o que FHC fez pelo Brasil

Os reconhecimentos a FHC

por Emir Sader, no seu blog em Carta Maior

Que cada um expresse aqui o reconhecimento que FHC pede.

Felizmente para a oposição, FHC não se contêm, não consegue recolher-se ao fim de carreira intelectual e política melancólicos que ele merece. E cada vez que fala, o apoio ao governo e a Lula aumentam.

Agora reaparece para reclamar que não se lhe dá os reconhecimentos que ele julga merecer. Carente de apoio popular, ele vai receber aqui os reconhecimentos que conquistou.

Em primeiro lugar, o reconhecimento das elites dominantes brasileiras por ter usado sua imagem para implementar o neoliberalismo no Brasil. Por ter afirmado que ia “virar a página do getulismo”. Por ter, do alto da sua suposta sapiência, dito a milhões de brasileiros que eles são “inimpregáveis”, que ele assim não governava para eles, que não tinham lugar no país que o tinha elegido e para quem ele governava.

O reconhecimento por ter dito que “A globalização é o novo Renascimento da humanidade”, embasbacado, deslumbrado com o neoliberalismo.

O reconhecimento por ter quebrado o país por três vezes, elevado a taxa de juros a 48%, assinado cartas de intenção com o FMI, que consolidaram a subordinação do Brasil ao capital financeiro internacional.

O reconhecimento dos EUA por ter feito o Brasil ser completado subordinado às políticas de Washington, por ter preparado o caminho para a Alca, para o grande Tratado de Livre Comércio, que queria reduzir o continente a um imenso shopping Center.

O reconhecimento a FHC por ter promovido a mais prolongada recessão que o Brasil enfrentou.

O reconhecimento a FHC por ter desmontado o Estado brasileiro, tanto quanto ele pôde. Privatizou tudo o que pôde. Entregou para os grandes capitais privados a Vale do Rio Doce e outros grandes patrimônios do povo brasileiro. Por isso ele é adorado pelas elites antinacionais, por isso montaram uma fundação para ele exercer seu narcisismo, nos jardins de São Paulo, chiquérrimo, com o dinheiro que puderam ganhar das negociatas propiciadas pelo governo FHC.

FHC será sempre reconhecido pelo povo brasileiro, que tem nele a melhor expressão do anti-Brasil, de tudo o que o povo detesta, ele serve para que se tome consciência clara do que o povo não quer, do que o Brasil não deve ser.

Mundo de ponta cabeça ?

Do Blog Quem?

caros amigos!!

pra não dizer que não falei das flores...

- O Sarney não deveria nunca ter sido eleito presidente do senado, não tem envergadura moral nem para ser senador... quanto mais presidente do senado. Controla o Maranhão, as mídias... tem um verdadeiro cartel do poder. Não deveria.... mas foi.

- o Sarney foi presidente do senado, caros amigos, com o apoio indistinto da imensa maioria dos senadores daquela casa.

- INFELIZMENTE, caros leitores, nossos senadores têm o privilégio de votação secreta (como outros atos secretos...) então você não tem como saber como o senador que você elegeu age em alguns casos.... a eleição para presidente do senado é um desses casos....

- mas 49 dos 81 senadores votaram no Sarney... 60,5% dos senadores....

- numa campanha entra a mudança e a tradição... a tradição ganhou com 49 senadores.

- a vanguarda do retrocesso!!!

- estavam disputando a presidência: o Sarney do PMDB e o Tião Viana do PT.

- o vice do Sarney era o Marconni Perillo (PSDB-GO)

- Quem apoiava o Sarney, caros amigos?? Quem apoiava o candidato Sarney, que poderia vencer o candidato do PT??

- O Sarney ganhou a eleição. O PSDB ficou com a vice-presidência. O DEM apoiou abertamente.

- e surgiram os atos secretos.... há 14 anos uma tradição no senado federal.... vieram a tona!!

- O Sarney (candidato da tradição...) foi eleito nesse ano para um mandato de 24 meses. Mas a renúncia do Sarney acabaria com os atos secretos?

- Segundo Pedro Simon (também do PMDB) a renúncia acabaria com as denúncias contra o senado: "Se Sarney renunciar hoje, termina isto(o denuncismo contra o senado)" - Pedo Simon

- Interessante, com a renúncia do Sarney, assume o vice, Marconni Perillo, do PSDB e principal aliado do DEM, e acabam as denúncias contra o senado...

- Então o DEM (tradiçaõ da tradição - ex PFL ex ARENA!!) muda de lado e passa a apoiar a renúncia do Sarney

- aí o Lula age deseperadamente para evitar a renúncia da vanguarda do retrocesso

- porque precisa do apoio do PMDB para 2010, e mais do que isso, precisa desesperadamente que a presidência do Senado não caia nas mãos do PSDB (porque o PSDB já disse que quer tornar o Brasil igovernável - palavras do líder Arthur Virgílio)

- e para isso vale tudo(?).... até apoiar o retrocesso da vanguarda(?)

- mas.. mas.... e os atos secretos?? ahhh... esses sempre estiveram em segundo plano


bom dia,

e boa sorte.

1 de julho de 2009

Honduras

de Flávio Aguiar

www.cartamaior.com.br

Honduras: a lógica do golpe

Alguns dos argumentos utilizados para justificar o golpe militar em Honduras foram cantados em prosa e verso na nossa mídia brasileira e fora dela, em 1964. É a lógica do "ia":o presidente ia violar a Constituição, ia implantar uma ditadura de esquerda, ia, ia, ia... Fato, nennhum.

Não sei o que foi pior: ler sobre o golpe em Honduras, ou ler, nas seções de cartas da Folha de S. Paulo (deve haver em outros jornais também) na internete, leitores brasileiros justificando o golpe. Os argumentos centrais eram os mesmos de 1964 no Brasil: o presidente ia violar a Constituição, ia implantar uma ditadura de esquerda (pra esses leitores, ditadura de direita pode), ia virar um novo Hugo Chavez, ia, ia, ia. Só ia. Fato, nenhum. Ainda, de quebra, mais uma acusação, desta vez contra o governo brasileiro, que teria aplicado dois pesos e duas medidas ao não condenar a eleição no Irã e ao condenar o golpe em Honduras, como “mais uma prova” do “esquerdismo” da política externa brasileira.

Conceitualmente, nem vale a pena responder a esses argumentos, porque eles se desmentem por si próprios, pela sua incoerência, pela sua inconsistência, pela sua própria existência, enfim. Mas vale a pena recordar que argumentos desse naipe foram cantados em prosa e verso na nossa mídia brasileira e fora dela, em 1964. É o argumento do “ia”. Só pra recordar um pouco mais: historicamente esse argumento foi usado aqui na Alemanha para atenuar a culpa social-democrata pelo assassinato de Rosa Luxemburgo, de Karl Liebknecht, em 1919 e pela sangrenta repressão contra os trabalhadores exercida pelos para-militares dos Freikorps, que se tornaram um dos berços das futuras SS e SA. Eles (Rosa e Karl) “iam” implantar uma ditadura sangrenta, se eles chegassem ao poder a matança “ia” ser igual, só que para o outro lado, etc. Haja “ia”.

Outra semelhança com o Brasil de 64 foi o argumento do novo “presidente”, Roberto Micheletti, às pressas indicado pelo Congresso para legalizar o golpe. “Manuel Zelaya renunciou, então o cargo ficou vago”. Que argumento! Zelaya desmentiu a renúncia. Mas mesmo que tivesse renunciado, para salvar a própria vida e não virar um novo Allende, o ato seria juridicamente nulo, pois obtido sob evidente coação. É como se Pedro Carmona, o golpista venezuelano de 2002, dissesse: “Pois é, o palácio de Miraflores estava vazio, o presidente Hugo Chavez se fora, aí eu entrei e tomei posse”.

Em 1964 o Congresso, para legalizar o golpe, com o apoio de quase toda a mídia e muito mais, declarou a presidência vaga porque o presidente João Goulart “abandonara” a capital federal “sem autorização” do parlamento, e deu posse interina ao presidente da Câmara, Rainieri Mazzili. Também, que argumento notável! É a lógica do golpe: primeiro se dá o golpe, depois se busca alguma lógica que o justifique, para além de seus sórdidos interesses.

Algumas lembranças sobre Honduras. Na última metade do século XX o país abrigou uma série de operações militares de direita, organizadas/apoiadas/levadas a cabo pela CIA. Nos últimos 30 anos do século essas operações foram particularmente aprofundadas pelos governos republicanos. A partir de 1977 (quando Jimmy Carter era presidente e as operações da CIA estavam “congeladas”) instalou-se no país uma “operação Charly”, sob supervisão de militares argentinos ligados ao “Batalhão 601”, que, por sua vez, era diretamente ligado ao general Leopoldo Galtieri que, em 1981, assumiu a presidência com um “golpe dentro do golpe”. Os membros do “601” treinaram, em Honduras, o Batalhão 316, especializado em seqüestros, torturas, assassinatos e “desaparecimentos”. Honduras tornou-se, sobretudo em seu quartel de Lepaterique, um centro irradiador de ações militares anti-esquerdistas no próprio país e nos vizinhos, como em El Salvador e na Nicarágua. Essas operações também contaram com o apoio do governo de Pinochet, do Chile. A partir da posse de Reagan, em 1981, as operações desse tipo foram retomadas e aprofundadas. Nem mesmo a Guerra das Malvinas, em 1982, interrompeu essa “frutífera cooperação” entre a CIA e militares argentinos, ao que parece, durou pelo menos até 1984, e com as bênçãos do papa João Paulo II e o auxílio do embaixador John Negroponte, nomeado por Reagan para Tegucigalpa, que foi o cabeça-de-ponte de sua administração na América Central e depois foi indicado embaixador na ONU! O que colocou aquela colaboração na estante da história foi a restauração da democracia na Argentina, a partir de 1983.

Portanto, vê-se que o presente golpe em Honduras tem longas raízes. Não sei se os golpistas que invadiram a casa do presidente Zelaya foram ou são remanescentes do famigerado “316”, mas sem dúvida seu espírito ia com eles. O que os militares e os golpistas civis não souberam avaliar é que o mundo ao seu redor mudou bastante. A América Latina, a América Central, a América do Sul não são mais as mesmas. Nem mesmo a OEA e os Estados Unidos são os mesmos do ano passado. Já pensaram, caros leitores e leitoras, no que aconteceria se Bush filho e Rice pianista continuassem na Casa Branca?