28 de dezembro de 2010

Abrir caminho, sempre

por Luiz Carlos Azenha

no Viomundo

Nas últimas semanas uma fatia significativa da direitona brasileira admitiu o óbvio: o presidente Lula foi melhor que o presidente FHC e não apenas uma continuação dele.

A Folha de S. Paulo, doente de pesquisismo, escondeu seu diagnóstico atrás da “descoberta” de que 83% dos brasileiros consideraram o governo Lula ótimo ou bom.

A gente, da blogosfera progressista, já sabia disso.

“No pós-ditadura, nenhum presidente eleito diretamente deixou o cargo tão bem avaliado, o que se explica sobretudo pela melhora do emprego, da renda e de sua distribuição”, escreveu a Folha em um caderno especial, publicado no mesmo dia em que o jornal, em editorial de primeira página, admitiu: o governo Lula, cheio de defeitos, foi bom.

E, no entanto, por dizer exatamente isso na campanha eleitoral nós, blogueiros progressistas e leitores progressistas, fomos tachados de sujos, de chapa-branca, de vendidos e de outros adjetivos. O resumo dos xingamentos está no inesquecível discurso do deputado derrotado Marcelo Itagiba, no Congresso. Os impropérios continuam, como notou o Miguel do Rosário a propósito do texto de um colunista do Estadão. São tão poucos os leitores deles que já não vale a pena promovê-los.

O que isso nos diz sobre a blogosfera progressista? Diz que em 2010 fizemos, sim, a diferença. Enquanto alguns se entregavam ao onanismo intelectual, perguntando se “progressista” não era algo datado, do século 19, se não seria melhor usar “independente”, “de esquerda” ou “do diabo”, nós fizemos a diferença ao desmoralizar a bolinha de papel, ao desencavar o que foi dito sobre a privatização da Petrobras, ao demonstrar que o candidato da direita não era apenas o do atraso, mas também da hipocrisia e da mentira. O que quero dizer é que fomos suficientemente ágeis, pragmáticos e leais uns aos outros e às nossas ideias e que isso deu mais resultado que qualquer debate estéril sobre o sexo dos anjos.

Fiquei igualmente satisfeito pelo fato de que um grupo de blogueiros sujos conseguiu, no Palácio do Planalto, algo que o PIG não conseguiu ao longo dos dois mandatos de Lula: definir claramente os limites do governo que finda.

Hoje, na Folha, em “Ecos da Ditadura”, o articulista Fernando de Barros e Silva lamenta o papel de Nelson Jobim no debate sobre a Comissão de Verdade. Barros atribui a Jobim “pressão obscurantista”. Isso também a gente já sabia. Está na pergunta que Leandro Fortes fez ao presidente no Palácio do Planalto. Assim como estiveram nas perguntas de Rodrigo Vianna, Eduardo Guimarães, Conceição Oliveira e Altamiro Borges os limites de Lula nas questões da comunicação, educação e direitos trabalhistas.

Nós, da dita blogosfera progressista, fomos os primeiros a reconhecer a ousadia do Itamaraty na política externa, quando os chanceleres de pijama que frequentam as colunas de opinião dos grandes jornais pregavam a invasão da Bolívia e a derrubada de Hugo Chávez. Só depois de descobrir que o Departamento de Estado de Hillary Clinton estuda o Itamaraty para descobrir como o Brasil ganhou peso internacional sem uma única ogiva nuclear é que a grande mídia brasileira vai dizer, sobre a política externa de Lula, o que nós já sabíamos.

Afinal, foi só depois do vazamento dos telegramas diplomáticos do WikiLeaks que nossa mídia “descobriu” o que denunciamos na campanha eleitoral: na questão do pré-sal, José Serra era owned pelas petroleiras.

Ser blogueiro “progressista”, “de esquerda”, “independente”, “sujo” ou o que quer que seja é isso: abrir caminho, ousar, desafiar o lugar comum, peitar o discurso único e, acima de tudo, se divertir com a incompetência, o horizonte limitado e a submissão intelectual de nossas grandes redações. Feliz 2011 a todos!

10 de dezembro de 2010

Clássicos da Disney







8 de dezembro de 2010

Thank you Brazil & Argentina!












As part of the Up And Coming Tour, Paul played 5 sell out shows in Brazil and Argentina this November and to an amazing 300,000 fans!

The shows were truly special, and we have put together some video highlights to thank all the fans who supported Paul and the team.

7th November - Beira Rio Stadium Porto, Alegre, Brazil
10th & 11th November - River Plate Stadium, Argentina
21st & 22nd November - Morumbi Stadium Sao Paulo, Brazil

http://www.paulmccartney.com/news.php#/2085/2010-12

7 de dezembro de 2010

Aula de imperialismo contemporâneo

Da Carta Maior

Postado por Emir Sader


"Os EUA se tornaram uma potência imperial na disputa pela sucessão da Inglaterra como potência hegemônica, com a Alemanha. As duas guerras mundiais – tipicamente guerras interimperialistas, pela repartição do mundo colonial entre as grandes potências, conforme a certeira previsão de Lenin – definiram a hegemonia norteamericana à cabeça do bloco de forças imperialistas.

No final da Segunda Guerra, os EUA tiveram que compartilhar o mundo com a URSS – a outra superpotência, não por seu poderio econômico, mas militar, que lhe dava uma paridade política. Foi o período denominado de “guerra fria”, que condicionava todos os conflitos em qualquer zona do mundo, que terminavam redefinidos no seu sentido no marco do enfrentamento entre os dois grandes blocos que dominavam a cena mundial.
Nesse período os EUA consolidaram seu poderio como gendarme mundial, poder imperial que tinha se iniciado na América Latina e o Caribe e que se estendeu pela Europa, Asia e Africa. Invasões, ocupações, golpes militares, ditaduras – marcaram a trajetória imperial norteamericana. Montaram o mais gigantesco aparelho de contra inteligência, acoplado a um monstruoso aparato militar.

Terminada a guerra fria, com a desaparição de um dos campos e a vitória do outro, esses mecanismos não foram desmontados. A OTAN, nascida supostamente para deter o “expansionismo soviético”, não foi desmontada, mas reciclada para combater os novos inimigos: o “terrorismo”, o “islamismo”, o “narcotráfico”, etc.

Os documentos publicados confirmam tudo o que os aparentemente paranoicos difundiam sobre os planos e as ações dos EUA no mundo. Eles são a única potência global, aquela que tem interesses em qualquer parte do mundo e, se não os tem, os cria. Que pretende zelar pela ordem norteamericana no mundo, a todo preço – com ameaças, ataques, difusão de noticias falsas, ocupações, etc., etc.

Qualquer compreensão do mundo contemporâneo que não leve em contra, como fator central a hegemonia imperial norteamericana, não capta o essencial das relações de poder que regem o mundo. A leitura dos documentos é uma aula sobre o imperialismo contemporâneo."

Padaria do Ronaldo