29 de maio de 2009

Mafalda 2

O Brasil segundo à Anistia Internacional

O Informe Anual da Anistia Internacional foi divulgado recentemente, creio que merece ser lido por todos.

Destaque para o capítulo sobre o Brasil (clique aqui)

"A sociedade brasileira permaneceu profundamente dividida em termos de realização dos direitos humanos. A expansão econômica e os projetos sociais apoiados pelo governo contribuíram para algumas reduções das disparidades socio-econômicas. Entretanto, apesar das modestas melhoras na diminuição da pobreza, a desigualdade na distribuição de renda e de riquezas continuou sendo uma das maiores da região. Enquanto isso, as violações de direitos humanos que afetam milhões de pessoas que vivem na pobreza não receberam praticamente nenhuma atenção. As comunidades mais pobres permaneceram sem conseguir ter acesso a serviços necessários. Além disso, vivenciaram um elevado grau de violência praticada por quadrilhas criminosas e sofreram violações sistemáticas de direitos humanos por parte da polícia."



21 de maio de 2009

Vamo Inter !!!

20 de maio de 2009

Aula de jornalismo

do Blog Brasília, eu vi (clique aqui)

"Eu estava mesmo querendo falar sobre essa incrível cruzada ao fundo do poço que a oposição, PSDB à frente, decidiu empreender contra a Petrobras, justo no momento em que a empresa se posiciona como uma das grandes do planeta. Sim, a inveja é uma merda, todo mundo sabe disso, mas mesmo a mais suntuosa das privadas tem um limite de retenção. Como não se faz CPI no Brasil sem um acordo prévio com publishers e redações, fiquei quieto, aqui no meu canto, com meus olhos de professor a esperar por um bom exemplo para estudo de caso, porque coisa chata é ficar perdido em conjecturas sem ter um mísero emblema para oferecer aos alunos ou, no caso, ao surpreendente número de pessoas que vem a este blog dar nem que seja uma olhada. Pois bem, esse dia chegou.

Assinante do UOL há cinco anos, é com ele que acordo para o mundo, o que não tem melhorado muito o meu humor matutino, diga-se de passagem. De cara, vejo estampada, em letras garrafo-digitais, a seguinte manchete:

Petrobras gastou R$ 47 bi sem licitação em seis anos

Teca, minha cocker spaniel semi-paralítica, se aninha nos meus pés, mas eu não consigo ficar parado. Piso nas patas traseiras dela, mas, felizmente, ela nada sente. A dedução, de tão lógica, me maltrata o ânimo. Se tamanha safadeza ocorreu nos últimos seis anos, trata-se da Era Lula, redondinha, do marco zero, em 2003, até os dias de hoje. Nisso, pelo menos, a matéria não me surpreende. Está lá:

Desde a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Petrobras gastou cerca de R$ 47 bilhões em contratos feitos sem licitação, informa reportagem de Rubens Valente, publicada na Folha desta quarta-feira (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal).

Pá-pá-pá. Preto no branco. Tiro à queima roupa. Um lead jornalístico seco como biscoito de polvilho. Desde que chegou ao Planalto, Lula deixou a Petrobrás gastar 47 bilhões de reais em contratos sem licitação. Vamos, portanto, à CPI. Nada de chiadeira. Demos e tucanos, afinal, têm razão. Bilhões delas. Dane-se o Pré-Sal e o mercado de ações. Quem for brasileiro que siga Arthur Virgílio!

Mas, aí, vem o maldito segundo parágrafo, o sublead, essa réstia de informação que, pudesse ser limada da pirâmide invertida do texto jornalístico, pouparia à oposição tocar a CPI sem o constrangimento de ter que bolar malabarismos retóricos em torno das informações que se seguem. São elas, segundo a Folha On Line:

Amparada por decreto presidencial editado por Fernando Henrique Cardoso em 1998 e em decisões do STF (Supremo Tribunal Federal), a petroleira contratou sem licitação serviços como construção, aluguel e manutenção de prédios, vigilância, repasses a prefeituras, gastos com advogados e patrocínios culturais, entre outros. O valor corresponde a 36,4% do total de gastos com serviços (R$ 129 bilhões) da petroleira de janeiro de 2003 a abril de 2009.

A prática não começou com Lula. Somente entre 2001 e 2002, sob a administração de Fernando Henrique (PSDB-SP), a petroleira contratou cerca de R$ 25 bilhões sem licitações, em valores não atualizados.

Parem as rotativas digitais! Contenham as massas! Abatam os abutres! Como é que é? Volto à minha sala de aula imaginária (só poderia ser, porque hoje eu nem dou aula). Vamos fazer uma análise pontual do texto jornalístico, menos pelo estilo, impecável em sua dureza linear, diria até cartesiana, mas pela colocação equivocada das informações. Depois caem de pau em cima de mim porque defendo a obrigatoriedade do diploma. Vamos lá:



1) Na base da pirâmide invertida, há uma informação que deveria estar no lead e, mais ainda, no título da matéria. Senão, vejamos. Se entre 2001 e 2002 a Petrobras gastou 25 bilhões, “em valores não atualizados” (???), em contratos sem licitações, logo, a matéria deveria começar, em seu parágrafo inicial, com a seguinte informação: “Nos últimos oito anos, a Petrobras gastou R$ 72 bilhões (R$ 47 bilhões + R$ 25 bilhões, “em valores não atualizados”) em contratos sem licitações. Então, CPI nessa cambada! Mas que cambada? Sigamos em frente.

2) O mesmo derradeiro parágrafo informa que a “prática” se iniciou “sob a administração” de Fernando Henrique Cardoso, aquele presidente do PSDB. Aliás, reflito, só é “prática” porque começou com FHC. Se tivesse começado com Lula, seria bandalha mesmo. Mas sou um radical, não prestem atenção em mim. Continuemos a trabalhar dentro de parâmetros técnicos e jornalísticos. Logo, a CPI tem que partir para cima do PT e do PSDB. Um pouco mais em cima do PSDB. Por quê? Explico.

3) Ora, até eu que sou jornalista e, portanto, um foragido da matemática, sou capaz de perceber que se a Petrobrax de FHC gastou R$ 25 bilhões (em valores não atualizados!) em contratos sem licitação em apenas dois anos, e a Petrobras de Lula gastou R$ 47 bilhões em seis anos, há um desnível de gastos bastante razoável entre um e outro. Significa, por exemplo, que FHC gastou R$ 12,5 bilhões por ano. E Lula gastou R$ 7,8 bilhões por ano. Ação, segundo a reportagem da Folha, “amparada por decreto presidencial editado por Fernando Henrique Cardoso, em 1998, e em decisões do STF (Supremo Tribunal Federal)”. Poderia até acrescentar que a Petrobras vale no mercado, hoje, R$ 300 bilhões, e que valia R$ 54 bilhões quando FHC deixou o governo. Mas é preciso manter o foco jornalístico, sem exageros.

4) Temos, então, uma lógica primária. Com base em uma lei de FHC, amparada pelo STF, a Petrobras tem feito contratos sem licitações, de 2001 até hoje. A “prática” é irregular? CPI neles! Todos. Mas, antes, hora de refazer o título e o lead!



Petrobrás gastou R$ 72 bi em contratos sem licitação, em oito anos

Desde 2001, durante o segundo mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), até abril deste ano, a Petrobras gastou cerca de R$ 72 bilhões em contratos feitos sem licitação. Os gastos foram autorizados, em 1998, por um decreto presidencial assinado por FHC e, posteriormente, amparados por decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). Entre 2001 e 2002, a empresa, sob administração tucana, gastou R$ 25 bilhões em contratos do gênero, em valores não atualizados, uma média de R$ 12,5 bilhões por ano. No governo Lula, esses gastos chegaram a R$ 47 bilhões, entre 2003 e abril de 2009, uma média de R$ 7,8 bilhões anuais.

Bom, não sei vocês, mas eu adoro jornalismo. Em valores atualizados, claro."

Deu uma saudade...


Praia do Campeche (Floripa - SC)

É uma praia de mar grosso, ondas fortes e bravias, em oceano aberto e tendo a sua frente, quebrando, em parte, a força das ondas uma pequena ilha também denominada Campeche.

Foi sempre temida e considerada muito perigosa, para alguns, não é uma praia aconselhada para banho de mar, conselho que eu teimava em não aceitar.

Suas águas contém forte salinidade, e são frias durante todo o ano. Quando fecho os olhos ainda posso sentir o gosto salgado na boca.


A areia possui textura fina e alva, tendo formação de dunas, as quais apresentam pequenos córregos, dando origem a pequenas lagoas.

Em alguns trechos a praia possui quase 150 metros de areia, o que garante um visual ainda próximo do selvagem, sem grandes Hoteis ou edifícos estragando a paisagem.

O Geógrafo Milton Santos, ao estudar o papel das formas geográficas na difusão do capitalismo, dizia que não podemos ver as formas como desprovidas da força de criar ou determinar relacionamentos. Pois bem, creio que as formas geográficas presentes no Campeche, suas paisagens, seu povo, sua cultura, influenciaram muito a minha personalidade, a pessoa que eu me tornei depois de 6 anos vivendo nesse local.

Nada mais justo do que uma homenagem a um lugar tão importante.

CPI da Petrobras

A Comissão Privatizante de Intrigas do PSDB

por Ricardo Berzoini (publicado no site do PT)

A Petrobras vale R$ 300 bilhões, valor de mercado, final de abril deste ano. Valia R$ 54 bilhões quando FHC deixou o governo. De 2002 a 2008, a produção total cresceu 32,6%. O lucro líquido passou de R$ 8 bilhões pra R$ 33 bilhões. A receita operacional por empregado mais que dobrou. Graças à recuperação da auto-estima dos trabalhadores de todos os escalões e à orientação de fortalecer a empresa, com investimentos e ampliação do quadro de funcionários, de maneira responsável, os resultados aparecem: todos os meses temos boas novas, com descobertas de novas reservas. O ápice foi a descoberta do pré-sal, o maior fato na área de reservas petrolíferas dos últimos trinta anos, no mundo. Além de auto-suficiente, o Brasil poderá ser exportador de derivados, com valor agregado. Ou poderá usar todo esse acréscimo de reservas para seu próprio crescimento, sem depender de importações. Na área de biocombustíveis, a Petrobras articula o mercado de etanol e implanta o programa brasileiro do Biodiesel, referência tecnológica mundial.

José Sergio Gabrielli, atual presidente da Petrobras, foi reconhecido recentemente como um dos principais executivos do setor em todo o mundo. A Petrobras, no governo Lula, é maior, melhor e mais respeitada.

Muita gente pode não ter a dimensão do que significa uma empresa do porte da Petrobras, sob o comando do Estado nacional. O Estado é a representação do poder público, da soberania popular. Uma empresa estratégica pode e deve se subordinar ao interesse público. É do interesse público que ela seja bem gerida e tenha uma transparência máxima, limitada apenas pelas normas de segurança industrial, necessárias especialmente às empresas de alta tecnologia e da área energética.

Dirão os que desejam investigá-la mediante uma Comissão Parlamentar de Inquérito: queremos investigar irregularidades e isso é próprio da democracia. Claro: terão usado os meios investigativos disponíveis? Ministério Público, TCU, CVM, ANP?

Ou desejam uma CPI para transformar a investigação em luta político eleitoral, contando com seus jornalões e emissoras, aliados incondicionais?

Ou desejam criar um clima hostil às estatais?

Vejam só a entrevista à revista Exame, em 2006, do grão-tucano Mendonça de Barros, ex-ministro de FHC e ex-presidente do BNDES, quanto esta instituição financeira ficou marcada como Banco da Privatização:
Exame - O que o senhor acha que deveria ser privatizado?
Mendonça - Há muita coisa ainda, como os serviços portuários, as estradas de rodagem, o setor elétrico, a Petrobras.
Exame - A privatização da Petrobras seria extremamente polêmica, não?
Mendonça - Sem dúvida. Ainda não tenho opinião formada sobre o assunto, mas se eu estivesse no próximo governo, trabalharia forte na privatização da Petrobras. Esse não é um projeto simples. Tem de ser muito bem estudado, muito bem planejado. Mas acho que deveríamos quebrar esse monopólio que hoje não se justifica. Privatizar ou não é uma questão que tem de ser avaliada de maneira objetiva, não ideológica. Não tenho nada contra a empresa pública, mas quando a empresa pública não tem mais razão de existir, ela precisa ser extinta, e o negócio, vendido para a iniciativa privada.

Mendonça admite sinceramente o que Serra, Aécio e FHC tem vergonha de assumir: o PSDB é o partido da entrega do patrimônio público e o DEM é apenas o coadjuvante. A CPI da Petrobras é apenas mais um lance da trajetória desse pessoal, que tem um pé na política e outro no mercado financeiro.

A gestão neoliberal tucana marcou, sem dúvida, a história da Petrobras, com três fatos: a fúria anti-sindical que tentou aniquilar os trabalhadores na greve de 1995; o naufrágio da plataforma P-36, no qual onze trabalhadores morreram, em 2001; e a tentativa marota de mudar o nome de Petrobras para Petrobrax, em 2000. A alegação para a mudança era o fato de que a Petrobras é uma empresa internacional e não poderia ter seu nome associado a um país. Diante da revolta que eclodiu em todo o país, o governo tucano desistiu da mudança. Se aceitássemos a pequena malandragem, o passo seguinte seria dizer que uma empresa com ações em Wall Street não poderia estar sob comando estatal.

O que seria, então, das reservas bilionárias do "pré-sal"?

Mas, graças aos que resistem, o pré-sal é nosso. O petróleo é nosso. O biocombustível é nosso.

O povo não se entrega aos entreguistas. A CPI é um gesto desesperado de quem não tem proposta para o Brasil, a não ser vender, vender, vender.

Ricardo Berzoini é presidente nacional do PT

Efeito da crise ou sinal dos novos tempos?

19 de maio de 2009

18 de maio de 2009


14 de maio de 2009

Achei !!!

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12 de maio de 2009

Ele é o cara

Formado na melhor Universidade do país, Mestre, Doutor, Professor Titular, dezenas de artigos publicados, muitos alunos e orientandos fazendo de tudo para agradá-lo, professor homenageado, “especialista”. Ele sempre acreditou: “eu sou o cara”, mas suas conquistas acadêmicas e profissionais louváveis não eram suficientes para massagear o tamanho de seu ego. Decidiu tornar publicas suas opiniões políticas.


Pois “o cara” parece não entender que fora da universidade, quando se trata de opinião política, a dele vale tanto quanto a de seus alunos, de seus empregados, do seu vizinho, a minha, ou a sua. Acredito ser realmente complicado para uma “entidade” acadêmica aceitar que na democracia a sua opinião tem o mesmo valor que a de qualquer um de nós, meros mortais, que dentro da universidade estaríamos nos esforçando para bajulá-lo em prol de uma bolsa ou de empreguinho publico.


Mais difícil é aceitar que o país seja governado por um diferente, alguém que não tenha suas origens, sua história acadêmica, suas passagens pelo estrangeiro ou seus olhos azuis. Alguém, talvez, mais popular.


Pois bem, deparando-se com uma realidade diferente da qual estava acostumado dentro da universidade, “o cara” se revolta, expressa palavras nada apropriadas para referir-se ao Presidente e possui a audácia de classificar de ignorantes a maior parte da população, simplesmente por ter uma opinião distinta da sua.


Para aumentar a indignação (seletiva) do Doutor, o homem mais poderoso do planeta diz que o Presidente, o Molusco, é “o cara”. Absurdo! “O cara” sou eu, reclamava durante dias o acadêmico.


O Doutor parece sentir-se pouco a vontade fora da universidade, quando um sujeito comum pode facilmente contrariar suas vontades, ou ignorar suas baboseiras, sem o risco de ser penalizado pelo “feudo” acadêmico.

9 de maio de 2009

Classe média

4 de maio de 2009

Hagar e as mulheres...

"Folha" tem saudade de Thatcher

do blogo do Rodrigo Vianna (link)

Recebo pela internet um belo artigo de Luiz Carlos Bresser Pereira, intitulado "O fim da era Thatcher".

Bresser - um economista tucano que pensa por conta própria, e que nunca se rendeu às tolices do "vamos fazer a lição de casa", tão em voga nos anos 80 e 90 - escreve sobre o legado da chamada "Dama de Ferro".

Apelido besta esse: foi "Dama de Ferro" para os sindicalistas, especialmente os mineiros ingleses, que ela massacrou após uma longa greve. Para os banqueiros foi "Dama de Veludo".

Há exatos 30 anos, Thatcher chegava ao poder na Inglaterra, colocando em prática o receituário que depois viria a ser conhecido como neoliberal: desregulamentação dos mercados, ataque aos sindicatos de trabalhadores, privatização...

Ali, com Thatcher, tudo começou. Depois, a receita foi seguida por Reagan. E, dos EUA, se espalhou para o mundo inteiro. Yeltsin na Rússia, Pinochet no Chile, Menem na Argentina.


Bresser diz que era Thatcher acabou, mas "Folha" parece ter saudade de quando esses aí estavam no comando

No Brasil, mesmo durante os anos FHC, resistimos um pouco. Justiça seja feita, havia entre os tucanos uma ala que não se rendia ao liberalismo boboca (e nesta ala estavam Serra, Bresser , Nakano e outros). E havia a CUT, os sindicatos, o PT, os outros partidos de esquerda e os movimentos sociais a brigar contra o desmonte completo do Estado.

Ainda bem: hoje temos Banco do Brasil, Petrobrás, BNDES... Ferramentas fundamentais no combate à crise global.

Como repórter, passei anos ouvindo "economistas" e "consultores" dizendo que "o mal do Brasil" era não seguir à risca a receita de Mrs. Thatcher. "Vamos fazer a lição de casa", eles repetiam. "Reformas, menos Estado, mais mercado", bradavam os xaatos do mercadismo.

Pois bem, Bresser mostra em seu artigo que "a experiência neoliberal fracasou sob todos os ângulos, (...) a renda concentrou-se em toda parte, a instabilidade econômica aumentou, e agora essa experiência termina de forma inglória, com a crise global".

Bresser lembra também a famosa frase de Thatcher: "Não há alternativa". A frase foi repetida como um mantra mundo afora. Ajudou a fomentar a idéia de que não há salvação fora do capitalsmo extremado, e da desregulamentação total. Foi o fundamentalismo de direita, que imperou mundo afora nos últimos 30 anos.
Bresser responde: "tolice, as alternativas existem, mas não são exprimíveis em equações matemáticas coerentes com o que pretendem os economistas neoliberais."

No fim, Bresser dá o tiro de misericórdia no neoliberalimso thatcheriano: "não voltará tão cedo".

Muito bem. O curioso é que - um dia antes desse artigo ser publcado, na página 2 do caderno de Economia - a "Folha" trouxe, na edição de domingo, três páginas sobre os 30 anos do thatcherismo. E o tom da matéria principal era o oposto do artigo de Bresser.

Vejam o título: "Thatcherismo resiste à crise que fomentou".
Ok, a "Folha" reconhece que a desregulamentação irresponsável iniciada na Inglaterra está na raiz da crise atual.

Mas, a partir daí, passa a ouvir "especialistas" para comprovar uma tese: o thatcherismo era necessário, quase inevitável, e foi benéfico para a economia.

Tim Leunig, professor da London School of Economics, por exemplo, afirma à "Folha" que a receita de Thatcher "atraiu novos bancos e empresas financeiras para a praça londrina, e os volumes de negócios aumentaram enormemente". Ok. Menem poderia dizer o mesmo da Argentina na época da paridade.

Mas o pior veio no fim da reportagem. "Não se voltará para o período anterior, Não há perspectiva . A déia de que o Estado empresário faz sentido acabou", diz Eduardo Gianetti da Fonseca.

Falta combinar com o Obama, falta combinar com o pessoal da Chrysler e dos bancos salvos pelo Estado. Isso nos EUA.

A turma do "vamos fazer a lição de casa" está desesperada. Eles enxergavam o mundo com óculos que já não funcionam. Mas os caras seguem repetindo a lenga-lenga de 10, 20 anos atrás.

FHC - que tentou surfar na onda neoliberal - anunciou que enterraria a herança de Vargas. Mas Getúlio está vivíssmo. Para desespero dos liberais, da "Folha" e das consultorias que pregavam a privatização total do Brasil!


Quem morreu foi o thatcherismo. E já foi tarde.