12 de fevereiro de 2009

Da necessidade de se conviver com o diferente


Escrever algo no meu perfil é muito mais difícil do que falar bobagens com amigos ou inventar um texto qualquer para o blog, mas geralmente acabo escrevendo adjetivos muito contraditórios, opostos, ou coisas que mais confundiriam as pessoas interessadas em saber mais sobre mim ou o que penso.

As minhas idéias podem ficar para um outro dia e muitas delas já começaram a aparecer aqui, mas o que penso ser mais importante é a forma como eu procuro sempre lidar com as opiniões diferentes, no mínimo tentando entender suas idéias antes de criticar as mesmas. Essa prática vale pra tudo, nas diferentes culturas regionais com as quais temos contato em viagens, no mundo acadêmico, na política e especialmente quando se trata de religião.

Creio que a valorização da nossa cultura, das nossas crenças, é algo muito importante, pois ajuda a nos conhecermos melhor, resgatarmos nossa história. Porem, isso não deve em momento algum ser utilizado para reduzir aquilo que destoa, o diferente de nós. Reconhecer nossos costumes como algo importante, que deve ser estudado, preservado, não significa atacar os diferentes, considerando os mesmos como prejudiciais ou verdadeiros “inimigos” do que acreditamos.

Basicamente temos duas opções, ou aprendemos a lidar com a diferença, ou nos isolamos. Nesse último caso, condenamos o diferente (apenas por não ser igual a nós) e justificamos ou abafamos todas as besteiras que os “nossos” podem ter feito em nome dessa necessidade de nos preservarmos daqueles que são diferentes, os “outros”, como no seriado Lost, ou na questão Palestina-Israel, você escolhe.

É claro que ninguém é obrigado a fazer o que não quer, participar de um culto no qual não acredita, ou deixar de educar seus filhos com base naquilo que pensa. Mas ninguém tem o direito de impor aos demais suas idéias, ou não permitir que alguém as pratique. É por isso que um estado laico é tão importante.

Aborto não é assunto da Igreja fora da mesma, é assunto de saúde pública. A questão da palestina nunca foi um tema religioso, é questão de dois povos que tem o legítimo direito de existirem, de terem o seu estado, da mesma forma que curdos, bascos etc.

Afastar o diferente não resolve, nunca resolveu:





Berlim


EUA - México


Israel - Palestina



São Paulo




Melhor aprender a conviver